quarta-feira, 20 de abril de 2011

cadeirantes!

Dicas para dar aquela empurradinha num cadeirante

“Zente”, pode parecer “inacreditível” o que eu vou dizer, mas, existe um jeito certo pra dar aquela empurradinha numa cadeira de rodas, juro!

Por mais que nosso “artomóvel” seja simples, num basta você, pra dar uma mãozinha, sair empurrado “desimbestado” o pobre do cadeirante. O cavalo empaca no menor descuido e o chão será destino certo. Já escrevi um texto sobre as minhas experiências com empurradinhas. Se não leu, basta clicar aqui.

Mais uma vez, pra mostrar que sou um “minino bão”, vou dar algumas dicas para mode todo mundo ficar habilitado em ajudar um “malacabado”, se for preciso, né?

O meu parceiro Jean, que todos já sabem, deu a cara para esse blog criando o topo lá de riba, me deu aquela “hand” criando ilustrações pro post. Gostei pacaramba.com.br . Espero que gostem também!

* A primeira dica e mais importante é a seguinte: nunca vá empurrando o cadeirante que nem um carrinho de compras, sem dizer a ele que você vai ajudá-lo. Por melhor que seja a sua intenção, é uma sensação muito ruim quando alguém que a gente não conhece vai dizendo assim: “Deixa que eu te ‘empurro’! Descansa o braço. Tira a mão daí”.

Imagine alguém que você nunca viu na vida chegar e ir te pegando. A cadeira faz parte, de certa maneira, do corpo do cadeirante. Muitos têm tanta habilidade e preparo físico e raramente precisam de ajuda. Mas há casos que uma “mãozinha” vai muito bem! O melhor a fazer, se você quer ajudar, é perguntar: “Você precisa que eu te empurre?”



E caso a ajuda for dispensada, pelamor, não sai dizendo por ai que deficiente é tudo revoltado . Não tem nada a ver. É que, às vezes, a gente gosta de se virar sozinho, mesmo.

* A coisa mais chaaaata do mundo pra um cadeirante é quando o seu “condutor” diz assim: “Vamu dá uma corridinha. Segura ai Ayrton Senna do Brasil sil sil”. É de lascar . Muitos deficientes que usam cadeira de rodas têm problemas de equilíbrio e movimentos muito bruscos deixam a gente em pânico!

* Caso você for dar aquela carona para o cadeirante e estiver em grupo, evite ser o “the flash” e sair correndo. Num sei qual a razão, mas quem está levando o cadeirante anda sempre à frente de todo mundo, mais rápido que todo mundo. Desse jeito, papo entre amigos durante o percurso é impossível!



* A gente vive num país onde calçada boa é que nem nota de R$ 100 na minha carteira, uma fantasia . Tente desviar dos buracos, dos desníveis quando tiver levando a cadeira. As rodinhas dianteiras se prendem com facilidade em terrenos acidentados.

O cadeirante, pode ter certeza, presta muita atenção no caminho (porque é ele quem meterá a cara no chão se cair, né?), então, vá seguindo o direcionamento que ele der nas rodas.

* Em terrenos muito acidentados, calçadas sem nenhum padrão ou mesmo de paralelepípedos, aquelas que transformam nosso “célebro” em milk shake de tanto “balangar” , o ideal é que o condutor empine a cadeira um pouco para trás, andando somente com as rodas traseiras. Vocês não sabem o alívio que dá!



* Para descer uma guia sem rampa com um cadeirante ou seja, a maioria das guias, né, não? Há duas maneiras: Para os iniciantes, o melhor é descer a cadeira de marcha a ré. Para quem já é craque, basta empinar a cadeira e descer com as duas rodas traseiras. Para subir a guia, erga as rodinhas da frente, coloque sobre a calçada e, em seguida, empurre, pronto, subiu!

* Em manobras curtas, como parar em baixo de uma mesa, encostar na porta do carro, deixe o cadeirante se virar sozinho. É broca quando a pessoa vai empurrando a gente e batendo em tudo que é lado . Nesses casos, o melhor mesmo é deixar que a gente se acomode.

* Quando foi subir uma rampa, evite dar impulsos muito fortes para dar aquele “embalo”. O melhor é andar num ritmo normal, mesmo. A chance de evitar um acidente é maior. Também não reclame com o cadeirante por ele ajudar no embalo tocando a cadeira ao mesmo tempo em que você empurra. É bom para os dois!



* Se você ajudar o cadeirante em apenas um trecho. Duas quadras de uma rua, por exemplo, avise a ele o trajeto da “carona”. Não abandone a cadeira sem dizer nada, “nóis” é tudo carente e pega sentimento rápido .

* Como todo mundo é “serumano”, é natural que em um descuido a rodinha dianteira da cadeira de rodas se prenda em algum obstáculo da calçada e o bicho pega. A tendência é que o corpo do cadeirante, em geral bem mamulengo pela falta de equilíbrio, se mova para a frente com destino ao chão.



Nesse momento, seu reflexo será fundamental para evitar um galo na nossa cabeça! Leve o braço pra frente do corpo do cadeirante e puxe o “matrixiano” para trás. Se tudo der certo, terá sido um susto!

Jairo Marques - assim como você

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